VALE TUDO, MENOS A OMISSÃO

Cristina PanellaConvidados Deixe um Comentário

Elizabeth Grossman

Crise sem precedente. Desemprego recorde. Corrupção endêmica. Manifestações prós e contra. Desalento. Vergonha. Não há descanso em meio à multiplicação de más notícias. Para as empresas e, principalmente, para seus funcionários. Qual o futuro?
Vejo todo dia notícias do desemprego crescente e sobre procura desesperada por trabalho. Não vejo quase nada sobre o outro lado da crise. Refiro-me aos que estão empregados. Hoje, não raro, trabalham por quatro que foram demitidos. Com o sentimento de estar sendo explorados. Pior: com a quase certeza de que serão os próximos a ir para a rua.
A pergunta é inevitável: como as empresas e as suas áreas de RH estão administrando o clima organizacional que se instalou nas pequenas, médias e grandes organizações?
Nos meus encontros com executivos de todos os escalões, de empresas nacionais e multinacionais, sinto o desespero e a agonia dos que lideram equipes. Em meu cotidiano, converso muito com funcionários administrativos e operacionais e constato a mesma angústia.

São muitas perguntas. Vou tentar resumir:
Como trabalhar esse pânico coletivo? Como conciliar a produtividade necessária com o estresse gerado por todo esse caos? Como conter a tirania de alguns líderes que se aproveitam da insegurança dos funcionários? Como amenizar o medo dos empregados para que produzam de forma compatível à escassez de mão de obra que ficou?
Claro, impossível dar respostas fáceis! Passei pelas mais diferentes fases vividas pelo mercado. Desde os mais mirabolantes planos econômicos, quando milhões de vagas foram eliminadas, até pelos períodos de pleno emprego, épocas em que recrutar para qualquer função (que dirá selecionar) era um desafio enorme.
Com essa experiência consigo vislumbrar algumas iniciativas práticas. Todas, estou convencida, passam pela mais absoluta transparência na gestão dos funcionários. Sem exceção.
Repito: não existem respostas prontas para as questões que o atual cenário nos colocou. Não é novidade, mas hoje vale mais do nunca: cada empresa tem sua cultura, suas prioridades. Nunca, como agora, diagnósticos rápidos – e precisos – são tão cruciais. Para isso, é fundamental ouvir todo mundo: do CEO ao chão de fábrica.
E agir! Na minha visão, aqueles que estão empregados, vivenciando justificado estresse devem ser ouvidos com muita atenção. E fortalecidos para enfrentar seus legítimos temores. Ganharão eles. Ganharão as empresas para as quais trabalham.
Tenho uma forte convicção: não fazer nada levará as organizações, de qualquer tamanho, ao mais profundo desastre. E os funcionários a desalento ainda mais grave. O tempo para recuperar-se da omissão será certamente muito maior. Ou inútil!

Elizabeth Grossman é consultora de Recursos Humanos. Foi, por mais de 35 anos, executiva e diretora na área (e-mail: egrossman@terra.com.br)

Gostou? Compartilhe!

Breve apresentação da Cristina Panella Planejamento e Pesquisa. Vamos tomar um café para conversarmos sobre suas necessidades?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *