A (falsa) questão do “Core Business”

Cristina PanellaNewsletters

Em recente debate, a questão do ligar da comunicação nos negócios veio à tona de forma límpida: a comunicação não é o “core business” dos negócios.

Complemento a frase afirmando que a pesquisa também não o é. E peço licença aos meus colegas da Comunicação para falar em nome das duas profissões nesse texto.

Não somos o “core business”, mas praticamente, não existe grande empresa que não tenha uma área de comunicação corporativa operada por colaboradores próprios auxiliados, por vezes, por uma agência de comunicação. Da mesma forma, não tenho conhecimento de empresa que não faça uso de pesquisa em algum de seus departamentos.

Tudo seria claro se essa definição não tivesse por objetivo minimizar os esforços e investimentos realizados nas duas áreas. É quando se iniciam as discussões sobre os valores a serem investidos – tanto em comunicação, como em pesquisa – que a conclusão, tendo como objetivo justificar a ausência de recursos, embute a frase: vocês não são o “core business” da empresa. Entendido de forma literal, realmente a comunicação só é core business em empresas de comunicação e a pesquisa em empresas de pesquisa.

Nenhum executivo de uma empresa de consumo de massa ousaria, no entanto dizer que a publicidade não é o “core business” de sua empresa e que, por essa razão, diminuiria os valores a ela destinados!

O que acontece com os profissionais de comunicação e de pesquisa? Falta-nos a consciência de nosso lugar, nosso “locus”.

Ter a exata noção do lugar que ocupamos profissionalmente não traz somente desânimo: falar a partir de nosso “locus” permite, antes de qualquer coisa, demonstrar, com precisão, nossa contribuição aos negócios.

À força de querer demonstrar nossa importância e tornar-nos indispensáveis, deixamos, muitas vezes, de pensar o negócio, e, a partir dele e para ele sugerir ações de comunicação ou projetos de pesquisa. Não, não fazemos parte do “core business” mas nossa atividade é determinante para que o chamado “core business” aconteça.

Não há “core business” que possa tornar-se realidade sem o estabelecimento de relacionamentos com diferentes públicos, sem estudos, pesquisas e monitoramentos que detalhem, comparem, estimem, antecipem tendências.

É grande o poder que advém da aliança entre Negócios, Comunicação e Pesquisa. É chegada a hora, portanto, de enfrentarmos o mito do “core business” a partir do conhecimento de nossas áreas de expertise, com a certeza do peso que nossas atividades têm na determinação do sucesso dos negócios da corporações.

E que 2013 seja o ano desse combate!

 

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