Publicações BMI – Blue Institute Management – (julho 2017)
“Mais la langue (…) n’est ni réactionnaire, ni progressiste; elle est tout simplement: fasciste; car le fascisme, ce n’est pas d’empêcher de dire, c’est d’obliger à dire.”
Roland Barthes, Leçon.
No trato com os públicos internos das organizações, é comum a preocupação com a visão, missão, e valores, desdobradas, por uem metas e, por vezes em mensagens-chave, com se a linguagem fosse algo transparente e bastassem enunciados claros para a eficácia da comunicação.
Roland Barthes, em sua aula inaugural no Collège de France, no entanto, já enunciava o veredito:
“Mas a língua não é nem reacionária nem progressista; ela é pura e simplesmente fascista (…)porque o fascismo não consiste em impedir de dizer, mas em obrigar a dizer.”(1)
De fato, quantas vezes não experimentamos essa sensação de condução coercitiva da linguagem, obrigando-nos a usar termos que não consideramos totalmente adequados ao que é necessário expressar?
Na comunicação das organizações e, principalmente, na comunicação da liderança com o conjunto das pessoas da organização, a lição de Barthes deve estar sempre em nossa mente: antes mesmo de comunicar, e importante que compreendamos o repertório linguístico comum, o significado dos termos utilizados na organização as diferentes competências linguísticas e, principalmente, as representações sociais que sustentam a compreensão individual.
E isso se obtém por meio da pesquisa.
(1) Barthes, Roland – Leçon, 1978, p. 14-16 Paris: Éditions du Seuil, 1978.
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Cristina Panella é Consultora Associada Senior BMI Blue Management Institute