Superar a Especialização: em busca de análises transversais

Cristina PanellaColunas, Newsletters Deixe um Comentário

Publicações BMI – Blue Institute Management (novembro 2017)

A especialização do conhecimento torna difícil a comunicação entre as diferentes áreas das empresas e instituições tanto no plano horizontal – caso, por exemplo, das zonas delimitadas pelo uso de jargões – como no plano vertical, cujo exemplo maior são dificuldades experimentadas na maioria das vezes em que novos atores – colaboradores, parceiros ou fornecedores – são chamados a contribuir.

A manutenção, conquista e ampliação das organizações e mercados pressupõem um trabalho consistente e contínuo sobre três vertentes principais: cultura organizacional, imagem e reputação da marca e mercados. Diversas competências são envolvidas mecanismos devem ser adotados para evitar a compartimentalização da compreensão que diferentes saberes aportam.

É necessário, assim, criar uma dinâmica técnico-organizacional entre profissionais que nas empresas e instituições produzirão inúmeros dados: clippings, pesquisas, publicações técnicas, etc… Sem essa dinâmica, necessariamente transversal às diferentes áreas, as informações estarão duplicadas nos diferentes departamentos e áreas, compondo verdadeiros “bandos de dados”: as informações coletadas terão como destino repositórios raramente visitados ou vão perder-se no labirinto dos arquivos particulares.

A atual riqueza e disponibilidade de dados exige que sejam adotadas estratégias flexíveis baseadas em informações claras sobre a circulação do conhecimento social assim como sobre as metodologias de coleta utilizadas. A partir daí pode-se preconizar o uso de técnicas de análise que não desprezem a alteridade (a visão do outro) e sejam capazes de produzir conhecimento sistematizado periodicamente a partir da análise dos movimentos e tendências gerados pelas transformações sociais.

A transversalidade das transformações sociais e corporativas, paralela à necessidade de informação analítica, justificam nossa recomendação para a criação ou contratação de uma célula de análise de tendências, baseada no modelo “observatório”, que abrigue estudos transdisciplinares contínuos sobre temas de relevância que contribuam para explicar e antecipar cenários.
Só assim alcançaremos uma análise multidimensional, fruto da da contribuição de diferentes áreas de conhecimento e competência que, apoiadas em conhecimento específico, poderão ultrapassar os guetos de suas especialidades alcançar a linguagem e lógica transdisciplinar.

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Cristina Panella é Consultora Associada Senior BMI Blue Management Institute

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